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Partilha ilegal de ficheiros

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Estabelecido precedente nos USA com a primeira condenação partilha ilegal de ficheiros. A arguida, uma norte-americana de 32 anos de idade, foi acusada de violação de direitos de autor e condenada a pagar cerca de 1,3 milhões de euros à indústria discográfica.
Apesar da acusação reportar a 1.700 músicas, descarregadas do velhinho Kazaa, apenas foram dadas como provadas 24 mas foi o suficiente para esta pesada condenação.
Note-se que segundo a Federação Internacional da Indústria Discográfica, já foram levantados cerca de 50.000 processos judiciais em 18 países, a sentença mais pesada na Europa, teve lugar na Dinamarca (13 mil euros).

Al Capone “aselha"

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Al Capone investia as elevadas somas obtidas através do jogo, da chantagem, da extorsão ou da venda de bebidas alcoólicas, durante a chamada "Lei Seca” no negócio das lavandarias, reintroduzindo-o no mundo financeiro como lucros.
Os métodos de "lavagem" de dinheiro hoje existentes a nível mundial "são tão sofisticados que fariam Al Capone parecer um aselha". Esta afirmação é de Jochen Sanio presidente da Agência de Controlo da Banca Alemã.
Na mesma conferência de Berlim, o director da PJ Alemã, Joerg Ziercke, salientava que a lavagem foi transferida para a Internet, e os negócios são feitos através de cartões de crédito ou de cartões pré-pagos de empresas como a Webmoney ou a Moneybookers, que se podem adquirir anonimamente em muitos países (não é o nosso caso).
Outro método em voga e facilitado pela Net passa por aplicar o dinheiro nos casinos online e transferir os ganhos (portanto dinheiro lavados) para contas bancárias através de firmas offshore, uma evolução do antigo método de comprar prémios de jogo por mais 10%.
Ziercke constata ainda que a evolução tecnológica "limita cada vez mais a operacionalidade dos investigadores, que deparam também com obstáculos territoriais, porque a sua jurisdição cessa normalmente nas respectivas fronteiras" mas que há tendências positivas resultantes da maior atenção dada ao "online banking".
Pois... não é fácil não!

Confundir informação com conhecimento

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Artigo de Alejandro Llano no Gaceta com uma abordagem interessante sobre a "crise". Ficam alguns excertos, mas vale a pena ler o original:
"El núcleo de la crisis es antropológico (para no pasarme y decir: ontológico). Y consiste en el olvido de que el origen de todo valor económico estriba en el trabajo. Con una precisión clave: el trabajo humano es ante todo conocimiento. Han castigado nuestros oídos con el soniquete de la sociedad del conocimiento.
Pero se ha dado de ella una versión trivial, como si se tratara de utilizar muchas máquinas de almacenar, procesar o transmitir información. Cuando, ya lo dijo Eliot, confundir el conocimiento con la información o la comunicación indica que uno está más perdido que Caperucita en el metro. El conocimiento nuevo es el único valor original que cabe añadir a la riqueza humana. Olvidado esto, el empobrecimiento adquiere un curso fatal. Y esto es justo lo que está sucediendo."
Os bolds são da casa.
Temos neste momento mais informação do que aquela que conseguimos processar (dizem os especialistas) mas será que isso significa que temos mais conhecimento? Concordo com o articulista: não temos. Não seria um problema se muitas vezes não estivéssemos convencidos do contrário, ao ponto de eleger "achismos" como verdades insofismáveis.

Saramago

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Não sou grande fã, confesso! Mas esta frase...
"O poeta não será mais que memória fundida nas memórias, para que um adolescente possa dizer-nos que tem em si todos os sonhos do mundo, como se ter sonhos e declará-lo fosse primeira invenção sua. Há razões para pensar que a língua é, toda ela, obra de poesia."
José Saramago, Diário de Notícias, 22.04.2009

News

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Daniel Rendon Herrera, "Don Mario", um dos mais importantes narcotraficantes colombiano foi hoje capturado durante uma operação perto de Apartalore, na província de Antioquia, no Norte da Colômbia. Na altura da detenção estava escondido na selva e protegido por cerca 50 homens.
Recentemente, como resposta às autoridades colombianas pela intensificação dos esforços para conter a produção de cocaína numa região do Noroeste da Colômbia “Don Mario”, tinha oferecido uma recompensa por cada polícia que fosse abatido - mil dólares norte-americanos por cada polícia morto.
Há alguns anos que Don Mario é uma das figuras incontornáveis do narcotráfico colombiano, implacável na luta pelo controlo do território era “dono” de Chocó até La Guajira (toda a faixa norte do país de leste a oeste) e, para isso despoletou uma guerra que conta cerca de cometeu 3 mil assassinatos só nos últimos 18 meses.
A seguir talvez Pedro Oliverio Guerrero, conhecido como "Cuchillo" (Faca)…

Paraísos fiscais

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A OCDE estabeleceu uma lista de 46 países e territórios não "suficientemente" cooperantes em matéria fiscal - os tais paraísos fiscais - sabe-se que entre eles constam Suíça, Luxemburgo, os territórios de Guernsey e de Jersey (Reino Unido), as ilhas Marshall, Granada (Antilhas), São-Marino, Libéria, Luxemburgo, Singapura, Hong Kong e Áustria mas a lista de todos os países integrantes ainda não foi divulgada.
A falta de consenso entre os membros do G20 sobre esta matéria tem dificultado a divulgação integral da lista. A OCDE garantiu à Agência Efe que a organização não divulgará esta documentação antes da cúpula do G20, dia 2 de Abril, em Londres, mas que a enviará aos Governos, para que decidam o que fazer com ela...
A verdade é que cada um dos 30 países da OCDE pode impor seu direito de veto para impedir a adopção de uma posição comum ou de uma lista de paraísos fiscais mas o certo é que recentemente a Suíça, Áustria e Luxemburgo cederam às pressões do G20 e anunciaram medidas para flexibilizar regras de sigilo bancário.
A título de curiosidade: a Grã-Bretanha, um dos países mais activos no combate aos paraísos fiscais, também consta dessa lista, vejamos: Guernsey, ilhas de Jersey e Gibraltar na Europa esquecendo a Ilha de Man, nos ditos Territórios britânicos ultramarinos temos as Ilhas Cayman, Anguilla e Bermudas.
Comentários?

Cibercrime

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A unidade S21sec e-crime publicou o seu primeiro Relatório do Cibercrime que pretende reflectir a evolução da luta contra o cibercrime ao longo de 2008.
O relatório aponta a emergência dos grupos organizados do crime tradicional em todos os ciberdelitos onde havia possibilidade de obter vantagens económicas como uma das piores consequências da profissionalização da fraude na Internet e assinala o aparecimento de um novo tipo de ataques com fins políticos, ou até estatais, contra/em países onde existem conflitos. Foi o caso da Rússia – Geórgia e o caso Israel – Gaza.
Obtiveram-se alguns sucessos na luta contra o cibercrime no segundo semestre de 2008, com a eliminação de servidores chave na infra-estrutura criminal. Provedores da Internet (ISP) transformados em pilares da infra-estrutura cibercriminal como o Atrivo/Interchange ou McColo foram desligados tal como o fórum de compra e venda de dados roubados, DarkMarket, fechado em Outubro de 2008 pelo FBI.
O relatório faz um interessante enquadramento histórico do cibercrime desde a época romântica (1996-2000), dos primeiros vírus, aos primeiros phising ou vermes (2001-2004) à fraude (2005-2006), com a qual surgem as “milícias cibernéticas”.
Actualmente estamos imersos no e-crime em que se produzem ataques geopolíticos e em que uma das motivações principais é a de ter o controlo da Internet. As ameaças geopolíticas geram crescente preocupação, aumentam as actividades militares e políticas na rede: o cyberwarfare. Como exemplo o ciberataque à Estónia por causa de uma decisão do governo de mudar um monumento da época soviética.
Mas a maioria dos ataques informáticos resulta do uso do phising e dos troianos que exploram a debilidade existente numa das funções de JavaScript dos principais motores de busca na rede.
O aumento do malware já levou a OCDE a avisar que a economia da Internet pode estar em perigo pois a confiança dos utilizadores na Internet pode ser posta em causa pelo cibercime.

Extradição

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Portugal, Espanha, Brasil e Argentina vão celebrar um convénio a quatro, com o objectivo de agilizar os mecanismos de extradição e fortalecer a cooperação judicial.
Trata-se de um acordo similar ao existente no espaço da União Europeia e que tem sido particularmente eficaz na redução dos prazos da extradição e, como tal, na redução da impunidade.
Segundo o Ministro da Justiça português, Alberto Costa:
"Hoje os processo de extradição entre Portugal e Espanha demoram em média 10 dias, com estes novos procedimentos mais eficazes que se aplicam na UE. Com o Brasil, onde ainda se aplicam os métodos clássicos da extradição, os prazos podem demorar até um ano", e,
"Queremos aqui aproximar esses prazos, que não são mais que prémios à impunidade. Não se trata de processos arriscados, que não tenham sido testados, mas algo útil que acautela os direitos humanos e os direitos de defesa".
Fonte

Caminhante

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Calou-me fundo um post "Memória curta" no excelente blog Momentos. Porque tem razão. Porque essa memória curta mais do que doer, cansa! Calou-me fundo porque por vezes parecemos viver num diálogo de memórias selectivas que se anulam mutuamente e produzem o vazio.

Fecho com um extracto dum poema que me acompanha/seduz desde a juventude:

Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.

Al andar se hace camino
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Talvez conheças?

Para reflexão

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Durante a cerimónia de abertura do Ano Judicial em Portugal, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha do Nascimento, afirmou que:
"Os sigilos bancário e fiscal defendem normalmente privilégios de grupo; não haverá, por isso, investigação criminal fiável e consequente dos crimes de colarinho branco sem o acesso da administração legitimada à vida bancária dos cidadãos".
Ler+

Independência

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Gosto de Mia Couto. Dos livros, dos poemas e dos textos. Alguns menos que outros. Com outros tenho uma relação duvidosa senão mesmo conflituosa. Não é o caso desta conferência proferida na Suíça. É um dos escritos de que gosto e que merecem reflexão profunda e a um tempo desapaixonada e apaixonada. Porque tem perspectiva, do passado do presente e do futuro. Porque estes nossos países nasceram de dor e paixão, porque trilhamos ainda caminhos do futuro.
Fica um excerto. Talvez vos desperte vontade de ler na íntegra.
Termino confessando-vos um sonho, um desejo. Os trinta anos de Independência não são apenas um momento já vivido. São um tempo vivo cujas potencialidades ainda se irão revelar por inteiro. O nosso passado, desde 1975, é um futuro. Uma semente que está dando árvore.

Lido por aí

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Não resisto a citar as declarações (lidas aqui) de Olivier Blanchard, economista-chefe do FMI ao jornal Le Monde, quanto às medidas a tomar para relançar a economia e evitar uma nova "Grande Recessão": despesa pública, investimento público.
«Il vaut mieux que la relance intervienne par l'augmentation des dépenses publiques que par la diminution des recettes publiques. Autrement dit, les constructions de ponts ou les rénovations d'écoles risquent d'avoir plus d'effets sur la demande que des réductions d'impôts que les ménages sont tentés de transformer en épargne de précaution.»
A propósito destas declarações comenta Vital Moreira: “Entre nós, porém, uma direita ainda refém dos dogmas neoliberais, continua a rejeitar o investimento em obras públicas e a pedir baixa de impostos...”
Comento eu: apesar dos resultados alcançados, apesar de ser esta claramente a política do Governo, uns quantos que só se aperceberam da crise em 2008 (hehehe) consideram o Governo desgovernado por ter adoptado esta política por antecipação. Se calhar era melhor ter esperado para quando dessem por ela... a crise.

A lei alemã e o crime

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Segundo uma lei agora aprovada, os agentes da Bundeskriminalamt (polícia alemã) podem instalar, através da Internet, programas de espionagem informática nos computadores de indivíduos suspeitos de terrorismo. A técnica de investigação pode ser utilizada mesmo que o suspeito (e o pc hehe) se encontrem fora da Alemanha e implica autorização judicial excepto nos casos considerados urgentes em que se dispensa a intervenção do juiz.
A mesma lei vem permitir a realização de escutas telefónicas e a instalação de videovigilância em domicílios privados.
Ver aqui.
Que pensar?! Por cá a simples colocação de câmaras em locais públicos, potencialmente perigosos levanta burburinho. Pois é!

Maioridade penal em França

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A ministra da Justiça francesa, Rachida Dati, é favorável a uma proposta de reforma penal que pretende reduzir a idade penal mínima para os 12 anos permitindo assim aos juízes aplicar penas de prisão a adolescentes nessa idade. A maioridade penal ocorre actualmente em França aos 13 anos.
Esta medida foi proposta por uma comissão de estudo composta por profissionais do Direito e por deputados e segundo a ministra “Dizer que um menor de hoje em dia pode receber uma sanção penal a partir dos 12 anos parece-me uma medida de bom senso”
A ministra afirmou ainda que: “O autêntico perigo que ameaça as nossas crianças não é a sanção dos juízes, mas antes ficarem presos na engrenagem da delinquência. Existe o direito a uma segunda e terceira oportunidade e temos que o admitir, mas não o direito à impunidade”.
Como era de esperar, a medida está a gerar polémica e a prova de que nesta matéria não há soluções perfeitas, está na diversidade das idades penais mínimas existentes no mundo. Só para exemplificar:
18 anos - Brasil, Colômbia, Equador, Venezuela e Guiné.
16 anos - Bélgica, Bolívia, Cabo Verde, Chile, Cuba, Moçambique, Portugal e Congo.
15 anos - Dinamarca, Eslováquia, Finlândia, Islândia, Noruega, República Checa e Laos.
14 anos - Alemanha, Arménia, Áustria, Azerbaijão, Bielorússia, Bulgária, Eslovénia, Rússia, Geórgia, Hungria, Itália, Líbia, Japão, Cazaquistão, Lituânia, Macedónia, Paraguai, Coreia do Sul, Roménia, Ruanda, Moldávia, Coreia do Norte, Ucrânia e Vietname.
13 anos -Burkina Faso, Burundi, Chade, Ilhas Comoros, Estónia, Gabão, Madagascar, Mali, Mónaco, Nicarágua, Níger, República Centro-Africana, Tunísia e Uzbequistão.
12 anos - Aruba, Canadá, Dominica, Eritreia, Espanha, Grécia, Guatemala, Honduras, Israel, Jamaica, Marrocos, Holanda, Peru, República Dominicana e San Marino.
11 anos - Turquia.
10 anos - Arábia Saudita, Camarões, Chipre, Costa do Marfim, Inglaterra, Nova Zelândia, Palau, Serra Leoa, Suíça, Suriname e Vanuatu.
Entre 7 e 9 anos - 43 países criminalizam cidadãos com idade entre 7 e 9 anos,na sua maioria países muçulmanos na Ásia e África.
Existem ainda países sem idade penal mínima como o Luxemburgo, a Mauritânia, o México, e a Polónia.

Alexandre O'Neill

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Final de tarde aproveitado para um prazer para o qual as oportunidades vão rareando: ler preguiçosamente no sofá. Entre coisas dispersa reli "Uma Coisa em Forma de Assim" de Alexandre O'Neill. Uma reflexão sobre Os Convencidos da Vida:
« Todos os dias os encontro. Evito-os. Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me confrangem. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer. Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear.
Mas também os aturo por escrito. No livro, no jornal. Romancistas, poetas, ensaístas, críticos (de cinema, meu Deus, de cinema!). Será que voltaram os polígrafos? Voltaram, pois, e em força.
Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios. Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista. Praticam, uns com os outros, nada de genuinamente indecente: apenas um espelhismo lisonjeador. Além de espectadores, o convencido precisa de irmãos-em-convencimento. Isolado, através de quem poderia continuar a convencer-se, a propagar-se?»

ASAE

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Deliciosa. Gostei! A ASAE fechou a cozinha da Assembleia da República.
A secretária-geral da Assembleia da República sublinhou que “Sem ser a nosso convite” a ASAE - Autoridade de Segurança Alimentar e Económica esteve na Assembleia
para uma acção inspectiva “ao concessionário do refeitório”. LOL
Podem conferir AQUI.

A mãe branca de Obama

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Inquietante esta bio de Obama que podem encontrar numa infografia da RR.
Logo nas primeiras linhas ficamos a saber que o pai era economista e a mãe branca. Fiquei com a dúvida: branca aqui será raça ou profissão?

Já Biden (o vice) nasceu numa família católica, McCain numa família de militares e de Palin nada se refere (engraçado: há uns meses atrás eu teria comentado qualquer coisa como Palin foi bebé proveta; yep deve ser a tal contenção nas teclas hehe).
Mas o que importa é que Obama é filho de uma americana branca

Gastrossexuais

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O que não se descobre por aí... ainda me estou a habituar ao conceito de metrossexuais e já aí estão os gastrossexuais!
"O número de gastrossexuais, homens que têm jeito para a culinária e conquistam as mulheres com essa habilidade, está a aumentar. Segundo um estudo da Future Foundation, o tempo que os homens passam actualmente na cozinha é cinco vezes superior ao de 1961.
Depois dos metrossexuais, caracterizados por homens que dão muito valor à aparência, surgem agora os gastrossexuais, que têm jeito para a culinária e até conquistam através dessa habilidade.
Os gastrossexuais têm na maioria entre 25 e 45 anos, não são necessariamente ricos, mas têm jeito para escolher e misturar ingredientes e usam esse talento para seduzir as mulheres.
O conceito de gastrossexual foi criado pela Future Foundation, uma instituição que faz estudos de mercado, e que se inspirou em Jamie Oliver, um famoso cozinheiro britânico, depois de ter constatado que a tendência do homem moderno passar horas na cozinha tem vindo a crescer.
Para 48 por cento dos entrevistados num estudo realizado em Inglaterra, saber cozinhar torna as pessoas mais atraentes. No mesmo estudo, um quarto dos homens confessou que se serve da culinária para conquistar uma mulher.

Uma das razões apontadas para o crescente número de gastrossexuais prende-se com o facto de serem cada vez mais os homens que vivem sozinhos e que assumem a responsabilidade das tarefas domésticas.De acordo com o mesmo estudo, o tempo que os homens passam actualmente na cozinha é cinco vezes superior ao de 1961."
Podem conferir AQUI

Lido por aí

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Estas últimas duas semanas têm sido pródigas em afirmações que apetece comentar; confesso que fiz um esforço para ignorar (afinal há quem considere que os abstencionistas militantes não tem direito à opinião!) mas a carne é fraca e cá vai:

Taxas e impostos: Análises rápidas e sui generis brotam por aí (gostei daquela do imposto de circulação, o tal que é municipalizado). A rapidez que se afirma este tributo como imposto espanta-me. Afinal é matéria complexa que em países com menos complexos têm provocado inúmeros pronunciamentos dos tribunais constitucionais, pronunciamentos considerados normais e desejáveis pois são eles que norteiam a própria actividade legislativa - o regime de taxas autárquicas português teve a possibilidade de beber directamente duma decisão do Tribunal constitucional português, isso é bom! Por isso é que somos um Estado Constitucional.
O direito não é preto ou branco. As teorias sobre taxas e impostos são mais do que muitas e têm sofrido uma constante evolução.
Na verdade... olha deixa para lá! Afinal o que vale mesmo é ter opinião e prontos. Já agora fica também a minha opinião: não é um imposto!
O Governo perdeu as eleições e tem de se demitir: a princípio fiquei confusa, as eleições eram autárquicas ou legislativas? Vou à CNE e afinal são mesmo autárquicas. Ora mesmo somos um Estado de Direito Democrático e a Constituição prevê três eleições – presidenciais, autárquicas e legislativas - exactamente porque cada uma tem características muito próprias e… olha, deixa para lá. Também nunca percebi essa coisa de três eleições. Onde é que a malta estava com a cabeça? O melhor mesmo é uma única eleição, poupa-se muito dinheiro, energia e promessas…ah e euforias também.
Apelos às armas e aos golpes de Estado– não é novidade nesta nossa África a mania de tomar o poder pela força das armas, foi em nome da democracia e da liberdade de expressão que se deram vários golpes de estado. A estabilidade política, social e económica têm sido os trunfos de Cabo Verde… olha, deixa para lá: Golpe de Estado já e MM a presidente, a PM, a deputada e a presidente de câmara lol – aviso desde já que sou liberal, acredito na economia de mercado e na livre concorrência por isso adeus subsídios.
Recente crise do petróleo e alimentos pode afectar-nos – Recente? Afinal já andam nas bocas dos mais inadvertidos e distraídos desde 2007, antecedidos pelos alertas dos especialistas… Afecta-nos? Caramba este país importa o papel higiénico que consome! As variações dos preços nos mercados internacionais têm por isso que… olha deixa para lá; manda-se recado ao mundo que a gente não vai nisso; ou nos vendem ao preço antigo ou a gente invade… (se os USA podem invadir o Iraque para garantir o abastecimento de petróleo porque não podemos nós?? É mandar lá a malta aguerrida do golpe de Estado...)
Lamento, mas há coisas que não consigo levar a sério.

Mia Couto - Venho brincar aqui no Português

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Este texto de Mia Couto – de seu verdadeiro nome António Emílio Leite Couto, é um dos
mais conhecidos, se não o mais conhecido dos escritores moçambicanos – intitulado
“Perguntas à Língua Portuguesa”, apesar de ter alguns anitos (é de 1997 ou 1998)
parece-me apropriado num momento em que tanto se discute o tal do acordo
ortográfico.

"Venho brincar aqui no Português, a língua. Não aquela que outros embandeiram.
Mas a língua nossa, essa que dá gosto a gente namorar e que nos faz a nós, moçambicanos, ficarmos mais Moçambique. Que outros pretendam cavalgar
o assunto para fins de cadeira e poleiro pouco me acarreta.
A língua que eu quero é essa que perde função e se torna carícia. O que me apronta é
o simples gosto da palavra, o mesmo que a asa sente aquando o voo.
Meu desejo é desalisar a linguagem, colocando nela as quantas dimensões da Vida.
E quantas são? Se a Vida tem é idimensões? Assim, embarco nesse gozo de ver como
escrita e o mundo mutuamente se desobedecem. Meu anjo-da-guarda, felizmente,
nunca me guardou.
Uns nos acalentam: que nós estamos a sustentar maiores territórios da lusofonia.
Nós estamos simplesmente ocupados a sermos.
Outros nos acusam: nós estamos a desgastar a língua. Nos falta domínio, carecemos de técnica. Ora qual é a nossa elegância?
Nenhuma, excepto a de irmos ajeitando o pé a um novo chão. Ou estaremos convidando o chão ao molde do pé?
Questões que dariam para muita conferência, papelosas comunicações.
Mas nós, aqui na mais meridional esquina do Sul, estamos exercendo é a ciência
de sobreviver. Nós estamos deitando molho sobre pouca farinha a ver se o milagre dos pães se repete na periferia do mundo, neste sulbúrbio.
No enquanto, defendemos o direito de não saber, o gosto de saborear ignorâncias.
Entretanto, vamos criando uma língua apta para o futuro, veloz como a palmeira, que
dança todas as brisas sem deslocar seu chão. Língua artesanal, plástica, fugidia a
gramáticas.
Esta obra de reinvenção não é operação exclusiva dos escritores e linguistas.
Recriamos a língua na medida em que somos capazes de produzir um pensamento novo,
um pensamento nosso. O idioma, afinal, o que é senão o ovo das galinhas de ouro?
Estamos, sim, amando o indomesticável, aderindo ao invisível, procurando os outros
tempos deste tempo. Precisamos, sim, de senso incomum. Pois, das leis da língua, alguém
sabe as certezas delas? Ponho as minhas irreticências. Veja-se, num sumário exemplo, perguntas que se podem colocar à língua:
Se pode dizer de um careca que tenha couro cabeludo?
No caso de alguém dormir com homem de raça branca é então que se aplica a expressão: passar a noite em branco?
A diferença entre um ás no volante ou um asno volante é apenas de ordem fonética?
O mato desconhecido é que é o anonimato?
O pequeno viaduto é um abreviaduto?
Como é que o mecânico faz amor? Mecanicamente.
Quem vive numa encruzilhada é um encruzilhéu?
Se diz do brado de bicho que não dispõe de vértebras: o invertebrado?
Tristeza do boi vem de ele não se lembrar que bicho foi na última reencarnação.
Pois se ele, em anterior vida, beneficiou de chifre o que está ocorrendo não é uma reencornação?
O elefante que nunca viu mar, sempre vivendo no rio: devia ter marfim ou riofim?
Onde se esgotou a água se deve dizer: «aquabou»?
Não tendo sucedido em Maio mas em Março o que ele teve foi um desmaio ou um
desmarço?
Quando a paisagem é de admirar constrói-se um admiradouro?
Mulher desdentada pode usar fio dental?
A cascavel a quem saiu a casca fica só uma vel?
As reservas de dinheiro são sempre finas. Será daí que vem o nome: «finanças»?
Um tufão pequeno: um tufinho?
O cavalo duplamente linchado é aquele que relincha?
Em águas doces alguém se pode salpicar?
Adulto pratica adultério. E um menor: será que pratica minoritério?
Um viciado no jogo de bilhar pode contrair bilharziose?
Um gordo, tipo barril, é um barrilgudo?
Borboleta que insiste em ser ninfa: é ela a tal ninfomaníaca?
Brincadeiras, brincriações. E é coisa que não se termina.
Lembro a camponesa da Zambézia. Eu falo português corta-mato, dizia.
Sim, isso que ela fazia é, afinal, trabalho de todos nós.
Colocámos essoutro português - o nosso português - na travessia dos matos,
fizemos com que ele se descalçasse pelos atalhos da savana.
Nesse caminho lhe fomos somando colorações. Devolvemos cores que dela haviam sido desbotadas - o racionalismo trabalha que nem lixívia. Urge ainda adicionar-lhe músicas e enfeites, somar-lhe o volume da superstição e a graça da dança. É urgente recuperar brilhos antigos. Devolver a estrela ao planeta dormente
."