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Woodstock

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Woodstock. 450 mil pessoas. 3 dias de música, amor, droga, palavras de ordem contra a guerra e o capitalismo, pelo movimento de libertação das mulheres e pela vida em comunidade. 40 anos passaram. No imaginário de muitos ficaram momentos como este protagonizado por um espantoso Joe Cocker.

Time Out

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Just a time out. A Fau, a Papoila, a MS reclamam. (A maioria mantém-se silenciosa. É um apanágio da maioria; ser silenciosa.)
Pois é! Não desapareci mas o tempo desapareceu-me ou ainda (sublinho o ainda) não o sei gerir. Falta-me tempo para passar por aqui, falta-me tempo para postar. Mais do que o tempo de estar convosco (perdoem-me o egoísmo) falta-me o tempo para estar comigo e nesse tempo para estar comigo o tempo para aquela pequena higiene mental de postar ou simplesmente navegar.
O diálogo que se gera neste espaço virtual também me faz falta. Diálogo que de tão fugaz, por vezes, mais parece um cruzar de vozes num sinal vermelho. Verde… hora de seguir, talvez um breve olhar no retrovisor, outros cruzamentos virão.
Que foi que escrevi?
Caramba este post começa a soar-me a lamechas. Deve ser do 29 que vem aí e da estúpida mania do balanço: não foi Verão, nem mesmo Primavera, este ano andou próximo do Outono. Também pode ser do som Brubeck que vem do Cd. Ou da voz que me chama: então não vens?
Time out.

Um post

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Falta tempo para postar embora os assuntos não faltem nesta montanha
russa em que o mundo se transformou.
O tempo é uma coisa engraçada. Faz-se escasso sempre que precisamos dele. Dou por mim a gerir atrasos e a impressão que tenho é que me roubaram a quarta-feira ou outro qualquer dia da semana e que sub-repticiamente retiraram horas aos meus dias.
Vai normalizar - acho eu, espero eu, desejo eu - porque faz-me falta andar por aqui.
Consola-me saber-vos aqui.
Não é dos meus favoritos mas ilustra o meu sentir... o tempo desliza!

Show me the way to the next whiskey bar

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Tenho andado entretida numa actividade extremamente cansativa chamada nada e impossibilitada de actualizar o blog por outra chamada descansar. Uma SMS sobre Limpá Cabo Verde tirou-me da modorra e toca a dar uma volta na blogosfera cabo-verdiana que encontro entretida a distinguir a direita da esquerda ou será ao contrário?! Seria fácil dizer que esse debate não faz sentido dada a conversão universal ao capitalismo de mercado e seguir adiante trauteando a Demokransa hehe.

Mas os caminhos fáceis ou óbvios sempre me arrepiaram, algumas contradições deixaram-me perplexa e banzada a ausência da pergunta que fazia falta: é possível importar directamente para África o socialismo ou o comunismo ou o capitalismo ou o liberalismo? Não faltarão aí algumas condicionantes como tradições políticas e culturais, e a própria história económica e social? Sentidas desculpas àqueles que consideram a localização de Cabo Verde como uma casualidade geográfica infeliz hehe.

Essa é para mim a pergunta que faz falta. Mas, fala-se de esquerda e eu volto atrás no tempo como pede essa velha, velha, velha dicotomia política esquerda/direita (OK, dá-me para a música também…).

A afirmação referida pela MS do blog Retalhos era esta: "esquerda que sou (há no entanto quem me acuse de ser uma liberal empedernida no que toca a assuntos de economia)". Parece contraditório? Nem por isso mas vou completar, afinal Woody Allen disse: "Should I marry W.? Not if she won't tell me the other letters in her name." Pois deixa-me dizer as outras letras: esquerda socialista. Não leninista e daqueles que afirmam sem rebuço que o que desabou foi a interpretação do comunismo que foi posta em prática – mas afinal ninguém pregou melhor que Jesus e… os resultados estão há vista, em seu nome se queimaram livros e gente.

Esquerda socialista não leninista!? Isso não tem nada de espectacular! Pois não. Não tem nada de novo! Pois também não. Que queriam!!? A cisão leninista que se seguiu à revolução russa de 1917, originou o movimento socialista e é histórica (para não dizer fóssil) a diferença entre o socialismo socialista e o socialismo comunista, tanto no que respeita ao modo de transformação social como no modelo da sociedade socialista a erigir.
Remonta a tempos, em que eu ainda não passeava por este planeta, o abandono pelos partidos socialistas da ideia da economia socialista, baseada na socialização generalizada dos meios de produção enquanto sistema económico alternativo ao capitalismo – se não me falha a memória (e falha muito) o primeiro terá sido o SPD alemão, no congresso de Bad Godesberg (primo do Bob Geldof, ri-te Paaapoila, ainda te devo uma do Geldof hehe).

A queda do Muro de Berlim é um definitivo adeus Lenine (ao som de Pink Floyd) que não perturbou o socialismo democrático que sempre foi muito crítico do leninismo e do socialismo soviético. (Deu-me uma súbita vontade de reler “A Insustentável Leveza do Ser” pela enésima vez... será da Primavera de Praga?)


A nova declaração de princípios do PS francês (exemplo só porque é a coisa mais socialisticamente conservadora) não tem qualquer traço de socialismo económico, o que vale, hoje, é a economia ecologista e social de mercado. Globalmente falando não há (e há muito tempo) nenhum equívoco quanto a esse ponto. E, mais a mais, dizia um economista: Under capitalism, man exploits man. Under communism, it's just the opposite.

Deixando as divagações históricas. Sou esquerda socialista – não existe equivalência entre esquerda e socialismo – porque, continuo a acreditar nos direitos sociais, na inclusão social, na coesão social, na justiça social. Sou liberal porque liberal nos costumes e na economia; não empedernida (apesar das bocas) porque apesar de convertida à economia de mercado e à concorrência, apesar de reconhecer como irrecusáveis a disciplina monetária e financeira, o valor da segurança pública e a competitividade empresarial, fujo (sempre à última hora) do liberalismo radical seja na política fiscal, seja na política educativa ou de saúde, seja nas políticas afirmativas de igualdade…

Mas isto não é de esquerda nem de direita, apenas ditadura da lógica: sem bom desempenho económico e sem eficiência na gestão pública não há margem para políticas sociais de esquerda… por mera falta de dinheiro que não de vontade. Mero senso comum: para distribuir é preciso ter.

Pausa para aviso: não sou intelectual, sou simples, simplista e simplória. Mera consequência de uma juventude estouvada, dos neurónios só me ficaram o Tico e o Teco. Lembrem-se: é apenas a minha opinião, não se destina a mudar a de ninguém... e não me levo muito a sério porque a vida definitivamente não me leva a sério.

Continuando. Li há bem poucos meses uma entrevista de Slavenka Draculic, jornalista e escritora croata, ao “Público”, a propósito do seu livro “Não faziam mal a uma mosca” cujo final me faz doer a alma. “Para que foi tudo aquilo?” Destrutiva a resposta: “para nada.”

Nessa entrevista diz: "O socialismo falhou porque foi implantado em países demasiado atrasados. Como me disse uma vez Kenneth Galbraith, se o comunismo tivesse nascido na Suécia teria sido completamente diferente."(O Kenneth Galbraith é o da citação Under capitalism...)
E diz mais: “Com a excepção da Checoslováquia, nenhum destes países tinha tradição liberal. Passaram directamente do feudalismo para o socialismo.”

E estamos de volta à pergunta: como encaixar construções históricas que não nasceram do acaso – foram doídas e sofridas – em África ou neste nosso país?
Qualquer resposta levar-me-ia a Amílcar Cabral
… mas deixa para lá.

Antes que a Papoila tenha um ataque e diga que não aguenta mais posts sérios e que a Fau tenha de me proteger dos protestos comunistas da Isabel (pois Tété que saudades de uma madrugada regada com um capitalista Gordon`s e água tónica shewpss num terraço com vista para o Tejo discutindo política pelo prazer das palavras) termino e para terminar bem:

Swimming in a fish bowl, Year after year, Running over the same old ground.
What have we found? The same old fears.

ah por vezes... (coloco um postinho mais serio)

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E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os bracos que apertamos
nunca mais sao os mesmos E por vezes
encontramos de nos em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
so' o sarro das noites nao dos meses
la' no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.



David Mourao-Ferreira