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Não há revisão? Alguma surpresa??

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Nem por isso! Desde início se sabia que o MPD não estava interessado na revisão. Cirúrgicas as propostas para diminuir a independência da Justiça.
Frustração? Nem por isso!
O caminho será mais difícil sem dúvida. Mas... somos cabo-verdianos e teimosamente continuamos de pé.

A Oeste nada de novo

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Sem surpresas as eleições para o Parlamento Europeu. Nada de novo a Nordeste... hehehe
Mais uma vez vitória esmagadora da abstenção! Sem espinhas!
Nenhuma surpresa na vitória do PSD em Portugal; a subida da esquerda (a verdadeira?!) não surpreende nem o mais incauto!
Em Espanha Zapatero perde - danos colaterais da crise?!
De Berlusconi mais uma demonstração da "improbabilidade", entropia diria Oriana!
OK! Meia surpresa nos Piratas! Conseguir assento no PE foi sem dúvida uma proeza; talvez inacreditável para quem desconhece que este partido tem mais de 40000 militantes.
Irritante a quantidade de análises e contra-análises construídas com dúzias de frases ocas, complexas, compostas e repetitivas duma realidade simples: mais de 60% da população europeia está-se nas tintas para o Parlamento Europeu - um órgão cada vez mais decorativo.
Em Portugal se o PS conseguisse ganhar neste momento seria caso do PSD arrumar as botas, se o BE não subisse com a insatisfação duma esquerda que já não se revê no PS e reserva o voto na CDU para as autárquicas, era caso para sair da estrada e mudar a táctica do insatisfeitos do mundo: uni-vos.
Uma coisa é certa as eleições para o PE não são caso para sair de casa...

Lido por aí

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Não resisto a citar as declarações (lidas aqui) de Olivier Blanchard, economista-chefe do FMI ao jornal Le Monde, quanto às medidas a tomar para relançar a economia e evitar uma nova "Grande Recessão": despesa pública, investimento público.
«Il vaut mieux que la relance intervienne par l'augmentation des dépenses publiques que par la diminution des recettes publiques. Autrement dit, les constructions de ponts ou les rénovations d'écoles risquent d'avoir plus d'effets sur la demande que des réductions d'impôts que les ménages sont tentés de transformer en épargne de précaution.»
A propósito destas declarações comenta Vital Moreira: “Entre nós, porém, uma direita ainda refém dos dogmas neoliberais, continua a rejeitar o investimento em obras públicas e a pedir baixa de impostos...”
Comento eu: apesar dos resultados alcançados, apesar de ser esta claramente a política do Governo, uns quantos que só se aperceberam da crise em 2008 (hehehe) consideram o Governo desgovernado por ter adoptado esta política por antecipação. Se calhar era melhor ter esperado para quando dessem por ela... a crise.

Em conversa com a MS

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Neste diálogo com o blog Retalhos gostei imenso da resposta da MS. Lúcida e provocadora. Gostei porque me fez pensar. Acho esta tertúlia óptima e refrescante. Faz falta debater assim…
Olá MS:
Desculpa a demora na resposta, a última semana foi especialmente trabalhosa e já devia umas horas à cama. Paguei a dívida com juros este fim-de-semana e aproveitei para fazer um adiantamento.
Sou Balança, acho que dá para notar que não gosto de extremos mas sim de equilíbrios.
Começamos por concordar. Parecemos mesmo duas advogadas a prevenir um possível caso! Hehe!
Questão prévia: As portagens têm por base o princípio utilizador/pagador (interessante como este princípio se afirmou na área ambiental e se estendeu a toda a economia) mas o princípio não se esgota nas portagens – em Portugal debateu-se muito esta questão por causa das SCUTs e agora por causa do sistema de saúde e a proposta de fazer reflectir nas taxas moderadoras o custo real do serviço.
A forma encontrada para operacionalizar a taxa, em conjunto com a factura do combustível, presta-se a confusões, acrescidas pelo contexto em que nos encontramos, mas acho que é um claro mais-usas-mais-pagas.
Claro que a taxa acaba por ter efeitos colaterais – detesto esta palavra desde a 1ª Guerra no Iraque – que não me desgostam e que têm a ver com toda a parte ambiental que me leva a encontrar na subida dos combustíveis um ponto positivo. Mas não é ela que agrava os custos, aqui nota que estradas bem conservadas significam menores custos de funcionamento, com a manutenção e também menos gastos de combustível.
Julgo que o imposto de circulação foi municipalizado e que é uma receita dos municípios os quais têm a cargo as estradas municipais. Se isso foi bom ou mau e, mais pertinente ainda, se as receitas desse imposto são efectivamente utilizadas pelos municípios para a conservação das estradas já é outro "pormaior".
Outro pormaior na minha opinião é que o nosso orçamento tem ajuda externa ou seja reduzindo a questão à simplicidade básica – esquecendo portanto que a ajuda orçamental tem regras apertadas - não podemos esperar conservar as nossas estradas com os impostos que cidadãos de outros países pagam.
Uma questão: não achas que a aquisição de carros de luxo que gastam muito devia ser penalizada a exemplo do que se passa na UE?
Mobilidade e empregabilidade: Humhum. Efectivamente não é só a AP, falta um pouco de empreendedorismo no privado além da tal da produtividade que tanto se fala.
O teu exemplo é óptimo! Outro que me diverte: os condomínios que ninguém quer pagar!! Os carrões grandes de mais para as nossas estradas que além de ridículos bebem o que bebem…
Deixa-me pôr mais uma acha na fogueira: a falta de responsabilização de quem estraga o que é de todos stressa-me. Aqui também o estraga/paga faz falta. Quantas vezes não deparamos com obras selvagens em que se arranca empedrado e não se volta a recolocá-lo (era o mínimo, não?).
Das verbas, acho que o teu palpite está certo, não fui confirmar mas bate certo com a intenção da introdução da taxa.
Excedente na Administração Pública – Ahah! OK, um dia vamos pensar em conjunto, inventar uma solução e vendê-la! O Bill Gates que se cuide…
A despropósito: aqui há uns tempos ouvi uma ministra dinamarquesa comentar que acha muito difícil outros países conseguirem implementar, do pé para a mão, o sistema dinamarquês em termos de flexibilização e segurança no trabalho - é um autêntico must - pois foi algo construído ao longo de décadas e está perfeitamente interiorizado pela sociedade dinarmarquesa.
Política eleitoralista e aumento do IVA – A verdade é que o Governo, diminuindo o IVA ou o ICE abdica de receitas, naturalmente que podem ser compensadas se os combustíveis continuarem a aumentar, mas parece-me que o faz da perspectiva responsável de que o pode fazer pois tem o deficit – ó bicho horroroso – sob controle sem que na eventualidade de menores receitas fiscais, haja diminuição de disponibilidades financeiras para o investimento público e para as despesas sociais.
Achei a decisão da taxa corajosa; o Governo podia ter feito como a avestruz ignorar que temos pela frente decisões difíceis e adiar sine die a taxa ou procurar conquistar simpatia popular com uma baixa na carga fiscal sobre os combustíveis.
Reagi a alguma reacções que considerei (é apenas uma opinião e não faço opiniões hehe) demagogas e imediatistas por não reflectiram, nem um pouco, no cenário mundial nem nas consequências que podemos ter de enfrentar seja por força desse cenário seja por força de um descontrolo orçamental.
Prescindir sem mais das receitas fiscais do combustível (tens razão são altas mas ainda não estou convencida dos 50%, talvez pela pouca apetência para contas hehe) num país onde a economia é predominantemente informal? Porque tens razão é a classe media que paga o pato. Não vale a pena teorizar muito, todos sabemos que quem paga impostos não é quem tem os mais altos rendimentos porque têm fluxos financeiros protegidos por complexas participações societárias e eficiente planeamento fiscal. Também não são os que vivem da economia informal porque não declaram. E se calhar metade dos contribuintes não paga IUR por ganhar muito pouco… Ficamos nós. Acho que a solução não é deixar de pagar. Costumo dizer que pago muito e por isso gosto de saber para onde vai o dinheiro. Os estados modernos do Norte da Europa, que cobram taxas de impostos mais elevadas, são os mais eficientes na aplicação dos seus recursos económicos. Será que é por causa de um maior controlo? Porque aqui continuamos de acordo, acho que muito foi feito, mas ainda há muito por fazer na questão dos gastos públicos e do investimento público.
Por outro lado, acho que é socialmente justo dar benefícios aos mais afectados pelo aumento brutal dos combustíveis e pela crise dos cereais, que ainda não nos afectou de forma tão brutal como em outros países, como foi feito com o aumento das pensões de sobrevivência.

No remate: acho que o Governo não tem o mínimo marketing de comunicação e não é por nos considerar ignorantes. Acho que é falta de sensibilidade e um erro tremendo. Dou um exemplo, parece que houve saldo positivo no deficit no 1º trimestre. Qualquer Governo minimamente vocacionado para o marketing cantava loas durante dias – se fosse o Sócrates seriam meses a fazer render o mesmo peixe. Ouviste alguma coisa? Poisssss!

PS: Não revi por isso desculpa os erros hehe. Boa semana!

Cabo Verde

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Em troca dum comentário no blog Retalhos recebi uma devolução (o produto ainda estava por utilizar e por isso aceitei hehe) em tom de desafio. Aceitei com gosto. Alerto que não sou especialista em engenharia financeira por isso não é uma resposta técnica mas baseada naquilo que fui observando e aprendendo ao longo da vida. De qualquer maneira a Arca de Noé foi construída por amadores; profissionais construíram o Titanic... hehe!
Tentei estruturar o meu próprio pensamento. Espero comentários críticos e mesmo mordazes… são um meio de aperfeiçoar e evoluir. Peço desculpa pelo estilo quase telegráfico em algumas situações.
Questão prévia: a taxa afecta-me mas vai de encontro a perspectivas que defendo, entre elas: (i) o princípio utilizador pagador (mais usas_mais pagas) deve ser aplicado sempre que possível; a boa gestão do interesse público exige a sua administração mais racional do ponto de vista económico, cobrando pela manutenção o correspondente ao valor proporcionado pelo que a finalidade da sua fixação é a repartição pelos utentes do custo dos serviços prestados (ii) falhamos muito na manutenção; criamos, usamos mas não mantemos, o que acaba por nos custar muito caro; é preciso conservar e neste aspecto espero que por um lado a taxa garanta a auto-sustentabilidade dessa manutenção e por outro que aumente os níveis de exigência do utente em relação à manutenção e conservação das estradas (iii) temos de nos habituar a viver num mundo de combustíveis caros, é caso para lembrar que não há países grátis, e preciso dizer que a estimativa mundial de combustíveis mal utilizados é elevada, logo é necessária uma utilização ponderada e contra mim falo, pois confesso que para me deslocar ao café que fica a 5 minutos de distância vou de carro. Com a taxa terei (espero que o bolso faça aquilo que a consciência ambiental não fez) de ponderar os meus usos, o lado bom dos preços altos é justamente a baixa do consumo e (iii) a necessidade de redução imediata dos nossos níveis de dependência dos combustíveis fósseis como questão de sobrevivência.
Mobilidade e empregabilidade – a mobilidade, de pessoas e de bens, é fundamental para a empregabilidade por dois motivos na minha opinião. Sumariamente e sem prejuízo de post dedicado ao tema: Permite que as empresas se fixem de forma descentralizada e que os trabalhadores se desloquem na sua procura de trabalho. Uma das condições que qualquer empresa do sector produtivo equaciona antes de se instalar é a distribuição dos produtos e os custos dessa distribuição. Se não tem forma de os escoar prefere outra localização. Tenho para mim, por exemplo, que a barragem do Poilão e a recuperação das bacias hidrográficas pode possibilitar a essas zonas uma nova capacidade de exploração agrícola, fundamental é (será) a capacidade de escoamento (dentro e inter-ilhas mas a questão inter-ilhas fica para depois). Não resisto a este reparo: neste momento as Nações Unidas falam na necessidade de auto-sustentabilidade alimentar e de África recuperar a sua agricultura, a aposta governativa, desde 2001, na rega gota a gota e na recuperação das bacias hidrográficas parece agora acertada ou não?!
É obvio que a circular tem de ter manutenção, a taxa não é para construção mas para manutenção e reparação. Importa também lembrar que não são só as estradas alcatroadas que precisam de conservação. A manutenção das estradas calcetadas tem custos e seria interessante comparar esses custos.
Excedente na Administração Pública – temos uma administração pública mal preparada e pouco receptiva às reformas que têm sido introduzidas no sector. Temos excedente de pessoas mal qualificadas com a agravante de se tratar de pessoas que não se encontram nem perto da reforma e que dificilmente têm encaixe no privado– nota que aqui é uma opinião baseada em observação, sem factos que a sustentem – pouco produtivas e que consideram os meios que lhes são postos à disposição como pessoais (costumo dizer que a minha formação como profissional liberal me deu ao menos a possibilidade de valorizar um clip e saber que custa dinheiro). Por outro lado os baixos ordenados da Administração Pública não permitem competir com o privado na contratação de jovens e bem preparados técnicos que muita falta fazem para uma efectiva mudança comportamental na AP.
Que fazer? Não gostaria de estar na pelo dos responsáveis. Cabo Verde tem conseguido controlar a questão orçamental, evitar despesismos e recuperar credibilidade – não tenhamos ilusões, o financiamento internacional acaba no momento em que o deficit disparar – mas terá mais cedo ou mais tarde que tomar medidas no que se refere aos funcionários públicos. Como fazê-lo sem que as indemnizações a pagar não desequilibrem o orçamento? Sem que haja convulsão social? Mesmo que soubesse a resposta não a daria… vale muito dinheiro essa eventual solução hehehe é tipo descobrir a pólvora.
Estamos pois de acordo quanto ao problema: não é possível uma empresa pública como a TACV ter (segundo o fládu flá mas não confirmei) mais de 800 trabalhadores, não é possível a TCV ter o volume de salários que tem e nós termos a televisão que temos. E, por aí adiante. É necessário responsabilizar e não ter medo que essa responsabilização traga as costumeiras acusações de perseguição política.
É-me difícil, como esquerda que sou (há no entanto quem me acuse de ser uma liberal empedernida no que toca a assuntos de economia) defender a liberalização dos despedimentos principalmente quando a alguns – que agora despudoradamente chamo excedente – muito foi pedido no momento em que este país poucos quadros tinha, mas, se nos legaram um país julgo que temos que legar um país melhor aos nossos netos (Estive bem aqui, não Zau?).
Política eleitoralista e aumento do IVA – Nesta coincidência de crises, financeira, alimentar, petrolífera e económica parece-me que é difícil governar. As decisões a tomar são – e temos visto noutros países – necessariamente difíceis e julgo que não se pode cair em facilitismos. Julgo que teria sido muito mais fácil não lançar a taxa, apesar dela ser necessária. Teria sido fácil e possivelmente a conjuntura dos preços oferecia a desculpa ideal para fugir com o rabo à seringa e não desagradar à classe média alta (não tenhamos ilusões, é esta a classe afectada). Cínica como sou, vejo muitas ingenuidades neste Governo além de um deficit de comunicação. È preciso explicar o porquê da taxa e a quem ela afecta para não permitir as afirmações demagógicas de que ela afecta os mais pobres. O preço dos passes sociais é regulado, ou não?
José Maria Neves governa no pior dos mundos: travagem nos rendimentos e aceleração dos preços. Para ajudar à festa, a inflação importada dos factores de produção e dos alimentos pode contribuir para o abrandamento económico, através da subida dos custos de produção e da diminuição dum consumo ainda imberbe. Julgo que agiu bem quando há algum tempo atrás reforçou a pensão de sobrevivência pois são as classes mais vulneráveis que importa proteger.
A eventual baixa do IVA tem para mim duas virtualidades: (i) é uma opção responsável, na medida em que, ao prescindir das receitas do, o Governo torna mais exigente e menos confortável a sua tarefa de redução do défice público, obrigando-se a maior focagem na contenção das despesas – o que é indispensável se quer manter a performance que tem levado ao reconhecimento internacional mas lá diz o provérbio que santo da casa não faz milagres – e, (ii) na minha humilde perspectiva concordo com os especialistas que consideram errado defender a manutenção da actual carga tributária sobre os combustíveis em nome da não intervenção do Estado nos preços e no mercado, pois se o Estado indirectamente faz elevar o preço do combustível através dum imposto específico, acho normal que, reduza esse imposto para aliviar o preço, numa época de aumento acelerado do custo de produto – tenho aqui que balançar a minha convicção ambientalista de que o que importa neste momento é desenvolver mais aceleradamente e de uma vez por todas uma política energética nacional baseada em energias renováveis, mesmo que o preço a pagar para conseguir esta aceleração esteja na pressão dos preços dos produtos petrolíferos, não é fácil esta conjugação por isso não me admira a rapidez com que alguns ministros ganham cabelos brancos hehe, mas senhores(as) é nas alturas difíceis que se vê a fibra das pessoas hehe.
Quanto à carga fiscal sobre os combustíveis e o preço dos mesmos, parece-me que não fica nem perto dos tais 50% - e em Portugal, apesar do diz que disse não fica perto desse valor!! O preço decorre do factor mais evidente: a cotação do barril de crude nos mercados internacionais. Mas depois temos os custos de transformação do petróleo, que após a entrada nas refinarias dá origem aos vários produtos (gasóleo, gasolina, jet fuel , entre outros), e claro é aplicada uma margem de lucro (nada baixa) por parte da petrolífera. Antigamente o custo à saída da refinaria seguia a cotação da Bolsa de Roterdão, agora confesso que não tenho dado atenção a isso. Depois há que somar os custos de transporte do combustível, naturalmente variáveis e temos de contar com os encargos com a armazenagem e a distribuição, no nosso caso bem caros por simples efeito da descontinuidade territorial, bem como a margem de comercialização das distribuidoras. Ao preço final junta-se, por último, os encargos fiscais. Não tenho neste momento a certeza das taxas de incidência com excepção do IVA que é de 15% por isso não vou afirmar taxativamente que não se trata de 50%. O post já vai demasiado longo e não cabe tudo aqui mas acho que seria interessante compararmos os nossos preços com os de diversos países do mundo, antes e depois dos impostos.
Acha que tornar eficientes os serviços, dar melhor uso às receitas de imposto, estabelecer prioridades são medidas eleitoralistas? – essa frase parece saída do Programa do Governo. Calma, nada de stress é isso que está lá. Ora, parece-me que o problema do nosso país é o número de prioridades que infelizmente são mesmo prioridades. É prioritário aumentar os níveis de protecção social, é prioritário criar emprego, é prioritário criar as infra-estruturas que permitam a criação de emprego, é prioritário diminuir a nossa vulnerabilidade energética, é prioritário… e o nosso OE não é o do Katar e estamos sujeitos às disponibilidades externas para financiamento e respectivos timings, ou seja, não se trata só de pensar e fazer, mais importante é conseguir a disponibilidade financeira para o fazer, e, mais importante ainda saber puxar o lençol para cobrir a cabeça sem que ele destape completamente os pés quando o lençol nem chega para tapar os tais dos pés. Este país é um milagre diário. Desgosta-me quando não nos orgulhamos disso.
As reformas não são coisas instantâneas e não se fazem por decreto. É preciso dar tempo. Se as estratégias que têm sido seguidas são as correctas ou se é possível fazer de outra forma são perguntas pertinentes. Por isso espero que o debate continue…
Um homem que nunca muda de opinião, em vez de demonstrar a qualidade da sua opinião demonstra a pouca qualidade da sua mente.

Lido por aí

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Estas últimas duas semanas têm sido pródigas em afirmações que apetece comentar; confesso que fiz um esforço para ignorar (afinal há quem considere que os abstencionistas militantes não tem direito à opinião!) mas a carne é fraca e cá vai:

Taxas e impostos: Análises rápidas e sui generis brotam por aí (gostei daquela do imposto de circulação, o tal que é municipalizado). A rapidez que se afirma este tributo como imposto espanta-me. Afinal é matéria complexa que em países com menos complexos têm provocado inúmeros pronunciamentos dos tribunais constitucionais, pronunciamentos considerados normais e desejáveis pois são eles que norteiam a própria actividade legislativa - o regime de taxas autárquicas português teve a possibilidade de beber directamente duma decisão do Tribunal constitucional português, isso é bom! Por isso é que somos um Estado Constitucional.
O direito não é preto ou branco. As teorias sobre taxas e impostos são mais do que muitas e têm sofrido uma constante evolução.
Na verdade... olha deixa para lá! Afinal o que vale mesmo é ter opinião e prontos. Já agora fica também a minha opinião: não é um imposto!
O Governo perdeu as eleições e tem de se demitir: a princípio fiquei confusa, as eleições eram autárquicas ou legislativas? Vou à CNE e afinal são mesmo autárquicas. Ora mesmo somos um Estado de Direito Democrático e a Constituição prevê três eleições – presidenciais, autárquicas e legislativas - exactamente porque cada uma tem características muito próprias e… olha, deixa para lá. Também nunca percebi essa coisa de três eleições. Onde é que a malta estava com a cabeça? O melhor mesmo é uma única eleição, poupa-se muito dinheiro, energia e promessas…ah e euforias também.
Apelos às armas e aos golpes de Estado– não é novidade nesta nossa África a mania de tomar o poder pela força das armas, foi em nome da democracia e da liberdade de expressão que se deram vários golpes de estado. A estabilidade política, social e económica têm sido os trunfos de Cabo Verde… olha, deixa para lá: Golpe de Estado já e MM a presidente, a PM, a deputada e a presidente de câmara lol – aviso desde já que sou liberal, acredito na economia de mercado e na livre concorrência por isso adeus subsídios.
Recente crise do petróleo e alimentos pode afectar-nos – Recente? Afinal já andam nas bocas dos mais inadvertidos e distraídos desde 2007, antecedidos pelos alertas dos especialistas… Afecta-nos? Caramba este país importa o papel higiénico que consome! As variações dos preços nos mercados internacionais têm por isso que… olha deixa para lá; manda-se recado ao mundo que a gente não vai nisso; ou nos vendem ao preço antigo ou a gente invade… (se os USA podem invadir o Iraque para garantir o abastecimento de petróleo porque não podemos nós?? É mandar lá a malta aguerrida do golpe de Estado...)
Lamento, mas há coisas que não consigo levar a sério.

Nova Praia

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A CNE terminou a longa e morosa contagem dos votos na cidade da Praia.
Ulisses venceu Filú por 559 votos de diferença.
O que lhe dá maioria absoluta.
O que sem dúvida lhe permite trabalhar em prol desta cidade.
Esperemos que sim. E que a Praia Maria tenha ganho!
Tenho fé.

Autárquicas na Praia

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Não voto! OK é um triste costume meu. Mas isso não quer dizer que não acompanhe com atenção e interesse as eleições. Acompanhei a forte campanha do MPD na Praia, pôs no terreno meios que demonstravam claramente que apostou tudo nestas autárquicas, até no discurso tentou fazer destas eleições umas primárias das legislativas. Do PAICV da Praia vi tentativas de acompanhar a pedalada dos outros mas sempre com déficits de marketing político e uma confiança (grande) no animal político que Filú é e no eleitorado fiel que tem. Acompanhei as sondagens duns e doutros, todas com margem para Filu.
Por isso surpreendi-me num primeiro momento quando Ulisses cantou vitória. Primeiro pela vitória! Depois quando confirmei o número de mesas contadas entrei em estupefacção! Só podia ser brincadeira! Com 34 mesas contadas num universo de 130 e um ridículo avanço de 300 votos? Como? Como pode alguém em sã consciência declarar-se vencedor?
Quem pretendia ele enganar? O PAICV? Acho que não!
Sabe Ulisses contar tão bem (ou melhor) que eu e sabe que no decurso da contagem tudo vai mudar. Sabe que faltam as mesas maiores... Também sabe que tal como o MPD o PAICV vai tendo os números. Dificilmente cairá na patranha (porque de patranha se trata) de assumir uma derrota. Claro que Filú e Zé Maria Neves ficam com uma situação difícil para gerir. O prevísivel atraso da CNE joga a favor de Ulisses. E Ulisses joga. Joga com os apoiantes e militantes do MPD. Tenta colocar gente nas ruas e causar diversão para que não pensem. É grande a festa de quem tem 200 votos de avanço com menos de 25% das mesas contadas! Demasiado grande...
O PAICV aguenta-se. Filú fala com serenidade. Sabe que a dúvida e a desmotivação se vão instalar entre os seus mas prefere visivelmente manter a calma nas hostes. Não põe gente nas ruas. As ordens são claras: os meus números dão-me vitória, vamos recontar e esperar os resultados oficiais. E silêncio. Não entra no jogo! Não joga com os seus.
Pela primeira vez percebo o porquê desta paixão dos praienses por Filu. Não sacrifica a cidade, nem os seus.
Está certo!

Mais uma vez uma triste estratégia a do MPD e do Ulisses. A estratégia de quem julga cegos os seus militantes. A estratégia de quem escolhe faltar ao respeito à Praia, aos praiense mas acima de tudo ao seu eleitorado.