Obama e a natureza humana

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A rocha Tarpeia fica a dois passos do Capitólio. Neste último coroavam-se os imperadores romanos… caídos em desgraça eram lançados da dita rocha. É o que me ocorre quando leio algumas críticas ao futuro presidente dos USA ou a precoce desilusão de alguns que há bem pouco o aclamavam.
Cobra-se acção a Obama no que toca à faixa de Gaza. Mas em Gaza nada de novo num conflito que se eterniza e cuja solução se aguarda há décadas. Mas aos deuses é legítimo pedir milagres.
Natureza humana. É esta natureza que conduz à criação dos deuses mas é também esta natureza que conduz a uma rápida procura de razões para o derrube daqueles que são elevados a tal categoria.
De candidato do partido democrata às eleições americanas Obama foi por muitos guindado à condição de um mito, de um salvador do mundo e de guardião das ilusões duma sociedade ocidental. Com base em quê? Na cor? Na sua estratégia política ou nos seus discursos nada autorizava criar essa expectativa.
Obama lutou para ser candidato pelo Partido Democrata, foi eleito para Presidente dos USA. Não se candidatou nem foi eleito como representante da raça e muito menos como representante dos fracos e oprimidos.
Acredito que tenha representado mais uma etapa vencida por gerações de americanos que como Malcom, Luther, Ali lutaram e têm lutado para que o negro seja visto como igual na sociedade americana. Apenas mais uma etapa…
De resto, acho que vale a pena recordar um post do Sanpadjud em Abril do ano passado quando as despesas da campanha democrata já ultrapassavam os 200 milhões de dólares para colocar a fasquia no sítio certo!
A política americana mudará - isso é certo porque há diferenças entre conservadores e democratas - mas não antes da tomada de posse e no que toca a Gaza as soluções não serão milagrosas nem fruto da boa vontade como Clinton poderia explicar (como Arafat lhe explicou).

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