Dia da Criança Africana

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16 de Junho de 1976. No Soweto, arredores de Johanesburgo, desencadeiam-se manifestações juvenis de protesto contra a imposição nas salas de aula do idioma africâner. Este idioma era, na época, a língua materna dos sul-africanos brancos... Um acto de coragem em pleno Apartheid. Violenta a resposta dos responáveis sul-africanos; um massacre em que as principais vítimas foram crianças.
Em 1991 a Organização de Unidade Africana (OUA) em Addis-Abeba, Etiópia, institucionalizou o dia 16 de Junho como o Dia da Criança Africana.
Neste 16 de Junho de 2008, o meu filho disse-me que as crianças africanas têm dois dias mas não é suficiente pois sofrem mais que as outras. O "porquê" que se seguiu à afirmação que eu não pude desmentir contêm uma acusação implícita que partilho com todos os que tal como eu fazem parte dum mundo adulto mas que não tem respostas.
Mais de um milhão de crianças moçambicanas estão afectadas directa ou indirectamente pela SIDA. Em Angola apesar do fim da guerra civil que durou 27 anos, o país tem ainda a terceira pior taxa de mortalidade infantil do mundo e quase um terço das crianças estão mal nutridas. Na Libéria, mais de meio milhão de crianças perderam vários anos de escolarização devido ao conflito que durou 15 anos, mais de 40.000 crianças-soldados foram desarmadas após o conflito, mas escasseiam os fundos para a sua reintegração efectiva na sociedade. No Burundi, a má nutrição entre as crianças mantém-se acima dos 50 por cento e apenas metade está matriculada nas escolas. No Darfur, onde desde janeiro mais de 250 mil pessoas foram forçadas a abandonar os seus lares, mais de 1,8 milhão de crianças têm dificuldades para sobreviver e um terço das violações atinge crianças.
Por cá também temos muito ainda que trabalhar, começando por uma paternidade e maternidade responsáveis. Muito a fazer pelas nossas crianças...

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