A Oriana, nada e assim seja

Partilhar

Oriana Fallaci (29 de junho de 1929 - 15 de setembro de 2006) jornalista, escritora e entrevistadora.
Morreu na Florença, Itália, com 77 anos de idade, um dos meus ídolos desde a adolescência; apresentou-me à entropia e fez-me pensar os “ismos” e o maniqueísmo. Fortes responsabilidades na construção daquilo que sou bem como na profissão que tenho. A consciência da impossibilidade de fazer jornalismo com aquela qualidade fez-me optar pela advocacia.
Fallaci nasceu em Florença. Durante a segunda guerra mundial juntou-se à resistência no grupo armado democrático "Giustizia e Libertà", começou a carreira jornalística como correspondente especial para o jornall Il Mattino dell'Italia em 1950. Trabalhou como um correspondente de guerra, no Vietnam, durante a Guerra Indo-paquistanesa, no Oriente Médio, e na América do Sul. Foi durante muitos anos correspondente especial para a revista política L'Europeo e escreveu para vários jornais (Corriere de la Serra) e revistas.
Em 1968 durante o massacre de Tlatelolco antes das Olimpíadas de 1968, Fallaci foi baleada três vezes, arrastadas escadas abaixo pelo cabelo e deixada para morrer por forças armadas mexicanas.
Nos anos setenta, foi companheira de Alexandros Panagoulis, figura solitária da resistência grega contra a ditadura que foi capturado e violentamente torturadopor tentativa (mal sucedida) de assassinato contra o ditador e ex-coronel Georgios Papadopoulos.
A entrevista com Henry Kissinger em 1972 é uma das minhas favoritas. Kissinger concordou que a Guerra de Vietnamera uma "guerra inútil". Kissinger descreveu a entrevista como "a conversação mais desastrosa que eu alguma vez tive com qualquer jornalista."
Entrevistou muitos líderes internacionalmente conhecidos e celebridades, entre outros: Henry Kissinger, Ayatollah Khomeini, Lech Wałęsa, Willy Brandt, Ali Bhutto, Omar Khadafi, Federico Fellini, Sammy Davis Jr, Deng Xiaoping, Nguyen Cao Ky, Yasir Arafat, Indira Gandhi, Alexandros Panagoulis, Wernher von Braun, Archbishop Makarios, Golda Meir, Nguyen Van Thieu, Haile Selassie e Sean Connery.
Em 2003 Charlie Rose da American Public Broadcasting Service (PBS) "De que se orgulha mais? e a resposta foi:"My guts, my honesty and my independence of judgment".
Dos livros destaco por aquilo que me disseram:
Interview With History (1976), uma colecção de entrevistas com várias figuras políticas, o 1º dela que li, apresentado pela minha mãe quando tentava fazer-me compreender a história contemporânea;
Nada e assim seja, reportagem da guerra do Vietnam baseado em experiências pessoais, o livro que me fez desistir do jornalismo; .
Carta a um menino que não nasceu, outro que me foi apresentado pela minha mãe, condicionou a minha opinião sobre o aborto;
Um homem (1979) um romance que conta a biografia de Alexandros Panagoulis que lutou contra o Regime dos Coronéis na Grécia. Se calhar das mais belas declarações de amor que já li;
Inshallah, romance, tropas italianas estacionadas no Líbano em 1983, a Ilíada de Oriana...
A raiva e o Orgulho (La Rabbia e l'Orgoglio, 2001) o último que li, de rajada, três vezes na mesma noite. É um pequenito muito perturbador este. Em 2002 na Suíça o Centro Islâmico e a Somal Association of Geneva, SOS Racisme of Lausanne, processaram-na pelo seu conteúdo supostamente racista. A controvérsia gerada entre facções islâmicas e árabes por este livro e uma série de artigos foi de monta. Ver para ter uma ideia da Raiva e do Orgulho: http://www.borg.com/~paperina/fallaci/fallaci_1.html
The Force of Reason (La Forza della Ragione, 2004) o que quero ler e espero que já esteja editado em Portugal
É uma das que comigo caminham...

1 comentários:

gatosecaes disse...

fica sabendo que "a força da razão" já está comprado há algum tempo e vai ser a tua prenda de natal! portanto vê lá se me respondes se não repenso a prendinha!!!!!
carolina