Estou de bom humor. Transitório... a próxima pancada é certa neste jogo de parada e resposta mas celebremos os triunfos por pequenos que sejam, celebremos de cada vez que com raquete de badminton se responde, num court de ténis, a um serviço a mais de 100km por hora.
Concidência (ou não) um artigo da Nação diverte-me. Pelo número de lugares comuns e avaliações superficiais. Sim; vem em todos os relatórios do ONUDC, da Interpol, do FBI, do MAOC-N "só um quinto da droga que circula é detectada... o truque da dispersão dos correios é mais do que conhecido e dá-se um à morte, talvez por isso geralmente se apanhe mais que um... e os truques não ficam por aqui. A Nação (ou será que foi outro jornal?) ainda há poucos meses noticiava a intercepção no aeroporto de coca que vinha diluída em liquído...
O facto é que a capacidade de intercepção aumentou e faz esbugalhar os olhos de muito boa polícia estrangeira (duas toneladas e meia em dois anos!!?) mas isso são os especialistas a falar e que sabem eles?!
Parece, também, que passou completamente despercebido à Nação lei de investigação criminal que trouxe umas "pequenas" ferramentas de investigação criminal: operações conjuntas, entregas controladas enfim coisas de pormenor num país que há duas décadas é de trânsito como outros (Espanha por exemplo que também é, a par do Reino Unido, dos maiores consumidores de coca)... Nóveis ferramenta que não são usadas diz a Nação... humhum deve ser por isso que somos um "must", é por falta de uso hehehe de qualquer forma deviam avisar o informador da Nação se e quando as utilizarem hehehe
Ficámos também a saber que não há investigação criminal... parece que os criminosos acordam bem-dispostos e lembram-se: "deixa ir aí à PJ fazer umas denúncias". Para isso não contribui o facto de estarem detidos, de terem sido vigiados e de terem um maluco (só pode ser maluco) a fazer-lhe umas quantas perguntas e quiçá a confrontá-lo com uns quantos factos. Claro que não... é só por bom humor matinal (aliado a um death wish ) que resolvem denunciar uns quantos inocentes amigos hehehe.
Ficamos também a saber que só os pobrezinhos são apanhados... Fico pasmada, pois fico. Mas é por saber que malta com centenas de milhares de contos é pobre, muito pobre, muitíssimo pobre. Caramba olha que ser pobre assim com alguns prédios, carros, motas e outras coisitas não é nada mau. Fico pasmada com esse limiar da pobreza cabo-verdiana...
Ok, ok. Fico por aqui. Sinto que hehehe... e oiço Sinnerman de Nina, claro, pela sexta vez seguida esta noite.
PS: Recomendo pela sua crueza o livro Gomorra de Roberto Saviano, o filme baseado nesta obra foi nomeado para os Globos de Ouro mas ainda não o vi; este jornalista/escritor foi ameaçado de morte e é perseguido pela máfia napolitana pela coragem de ter escrito sobre a realidade. Leiam... dá uma pequena ideia da realidade do narco e do que se enfrenta.
8 comentários:
Tenho o filme e posso arranjar...só falta a maneira de fazer chegar às mãos...
Gracias Edy. Se estiver aqui pela Praia é questão de combinar-mos mas suspeito que está por Lisboa.
E que tal o filme? O livro é cru...
Abraço.
Nestes casos,fico sempre com aquela sensação de que as adaptação fica aquém do livro..estarei na Praia no próximo mês...leia este texto (https://estudogeral.sib.uc.pt/dspace/bitstream/10316/10797/1/Introdu%c3%a7%c3%a3o%20%c3%a0%20Sociologia%20da%20Administra%c3%a7%c3%a3o%20da%20Justi%c3%a7a.pdf)
Fica combinado
Tenho lido vários estudos do Boaventura Santos, parece-me que é um dos autores incontornáveis (em língua portuguesa) quando se discute a Justiça. Tem estudos comparativos interessantíssimos, o das causas da morosidade é um dos meus estudos de cabeceira hehehe.
Este ainda não tinha lido. Brigada
De facto, o "jornalismo" nacional é uma coisa intragável.
O filme é um espectáculo!
Eu não lhe chamaria jornalismo... e discordo daqueles que falam de censura ou auto-censura. É preguiça mesmo!
Amílcar, sanpadjud: também acho que se podia fazer muito melhor. Debitar meia dúzia de ideias não é jornalismo de investigação!
Abraço
Eles nem sequer sabem o que quer dizer jornalismo de investigação!
O jornalismo de investigação, noutras paragens, já derrubou governos!
Eis algo, jornalismo de investigação, que desejo, profundamente, que tenhamos.
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