Águas a subir

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Um relatório relatório da OCDE publicado hoje, numa altura em que decorre em Bali a Climate Change Conference da ONU, revela que pelo menos 150 milhões de pessoas que vivem em cidades costeiras vão ficar expostas ao risco de inundações provocadas por grandes tempestades e pela subida do nível dos oceanos, de agora até 2070.

As zonas potencialmente mais ameaçadas são da costa asiática, Calcutá, Bombaim, Cantão, Cidade de Ho Chi Minh, Xangai, Banguecoque, Rangum e Miami mas também Nova Iorque e Miami aparecem no ranking.

No caso de Cabo Verde ainda não consegui perceber o potencial da ameaça porque este país arquipelágico não consta do relatório. Será similar ao do Senegal? A nossa capacidade de nos protegermos que é um dos factores tidos em conta pelo relatório não me parece superior. O documento afirma que as cidades que gastam mais dinheiro para estarem mais protegidas correm menor risco, como é o caso de Amesterdão, Hamburgo, Tóquio e Londres. O melhor mesmo é seguir os exemplos e prevenir. O "ver para crer" cantado por alguns já deixou de fazer sentido.

Os autores do estudo sublinham a urgência em integrar as mudanças climáticas na política de desenvolvimento urbano atenta a concentração de riscos nas grandes cidades (então e as pequenas são danos colaterais suportáveis?).

O estudo baseia-se no valor (considerado de “médio a alto” pelo GIEC - grupo de especialistas intergovernamentais sobre clima das Nações Unidas) da subida média das águas dos mares em meio metro em 2070, tem em contra o aceleramento do degelo na Groenlândia e na Antártida e factores como o desenvolvimento.

Os autores lembram o que aconteceu em 2005 em New Orleans (alguém se lembra?) e recomendam que se deve começar já a proteger as cidades portuárias para “evitar consequências que são previsíveis para meados deste século.

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