Gosto de história. Um gosto que me vem de longe.
Sempre senti como uma lacuna o meu desconhecimento da história de Cabo Verde. Desconhecimento talvez seja uma palavra demasiado forte, mas alguma cultura geral incrementada com alguma literatura – Famintos e Flagelados do Vento Leste são livros de referência que me foram apresentados muito cedo, pela Dª Augusta claro, e Ovídio Martins uma das minhas paixões na poesia – incrementada com muitas histórias sobre o PAIGC e a luta pela libertação e Amílcar, sempre Amílcar – a par de Che um dos meus heróis da adolescência e dos dias de hoje e faz-me espécie vê-lo tão ignorado por aqui… – incrementada até pela velhinha colecção de selos, não é conhecimento da História do país que reclamo como meu.
Por estes dias tenho ouvido falar da História de Cabo Verde. Primeiro o Atelier “O Estado-Nação e os desafios da Integração Regional na África Ocidental: o caso de Cabo Verde”. Nome comprido para caraças mas um atelier interessante! É sempre interessante quando se discutem coisas que não percebemos porque se discutem.
Nunca duvidei que Cabo Verde está em África, geográfica e historicamente, nunca duvidei que uma parceria com a UE é fundamental para nós e para a UE. Não, não se trata de um dos meus delírios de arrogância e orgulho nacionalista, julgo que as relações de Cabo Verde com a União Europeia extravasam Portugal e podem representar uma mais valia para a UE – a importância da nossa posição no Atlântico pode ser conferida até com as aves migratórias hehehe. Poupando-vos aos pormenores de raciocínio julgo que o nosso interesse para a UE liga-se à posição geográfica e ao facto de sermos africanos (contrariamente aos gaijos das Canárias que são europeus e portanto menos interessantes hehehe). E o facto de sermos interessantes para a UE e potenciais parceiros da UE é uma mais valia que podemos utilizar onde? Que tal na África Ocidental, ou não?
Bem, voltando ao assunto, o atelier foi particularmente interessante e fez-se um belíssimo e inusitado enquadramento histórico, soube-me bem ouvir falar da nossa História, do nosso nascimento, com simplicidade e saber. Foi um cheirinho mas fiquei fã do orador, António Correia e Silva, há quem nasça para ser professor, ensina mesmo que a gente não queira aprender… e só para chatear alguns de vós, vocês sabem quem, ficou confirmadíssimo que somos (nós os cabo-verdianos e cabo-verdianas) gente muito especial!!!!
Logo de seguida o Colóquio, sim, uma das nossas idiossincrasias nacionais são os colóquios, os ateliers, os seminários, os workshops, os solilóquios e outras coisas parecidas e, sim trabalhamos nos intervalos e, não, não é uma maneira de conhecer gente porque com excepção dos peritos, experts e quejandos somos sempre os mesmos! Dizia eu, logo de seguida o “Colóquio Internacional Descentralização e Desconcentração Administrativas. Que modelos para um pequeno estado insular e arquipelágico como Cabo Verde” – caramba, nome compridinho este… Se não queriam que a malta fosse ao colóquio, anunciavam que não havia coffee break escusavam de lhe dar um nome destes! Mas onde anda a malta da publicidade? Em colóquios?
Os fuinhas (mas amorosos) do Vences e do Xico Zé, certamente que estão a questionar “descentralizar o quê, já se miraram bem! É preciso lupa para vos ver no mapa ó pequeno estado insular arquipelágico!???” OK, OK temos municípios com menos de 10000 pessoas, com tamanha falta de meios humanos e materiais que ficam-me algumas perplexidades sobre como seria possível um desempenho eficaz de tarefas públicas, mas uma descentralização não é coisa de prêt a porter mas sim coisa de alta costura e é tema que fica para um destes dias (até dava um certo tom sério ao blog, vir aqui escrevinhar sobre descentralização).
Interessante este colóquio, muito interessante, surpreendente nalguns aspectos. Não é só em Portugal que se assassinam conceitos por ignorância (falta de estudo), por interesse (partidário ou corporativo) ou por amor (cego ou incondicional a uma construção mental), aqui também se faz isso!
Mas tinha o Vital Moreira (tira o chapéu, faz vénia e reverência…), em hora e meia o sôtor professor disse o que havia a dizer e confirma-se que a escola de Coimbra é a melhor!
Bom, neste colóquio também se falou de História, com alguns medos e angústias mas falou-se da nossa História longínqua (muito) e da mais recente, centrada na temática administração do território e mais uma vez apreciei e prometi a mim mesma comprar os três volumes da História de Cabo Verde.
Estes cheirinhos provocaram-me sede, daquela que obriga a beber muito e não se sacia. Haja tempo e água disponível. Devia ser obrigatório um enquadramento histórico em cada um destes eventos, fazia-nos bem até para nos compreendermos...
Sempre senti como uma lacuna o meu desconhecimento da história de Cabo Verde. Desconhecimento talvez seja uma palavra demasiado forte, mas alguma cultura geral incrementada com alguma literatura – Famintos e Flagelados do Vento Leste são livros de referência que me foram apresentados muito cedo, pela Dª Augusta claro, e Ovídio Martins uma das minhas paixões na poesia – incrementada com muitas histórias sobre o PAIGC e a luta pela libertação e Amílcar, sempre Amílcar – a par de Che um dos meus heróis da adolescência e dos dias de hoje e faz-me espécie vê-lo tão ignorado por aqui… – incrementada até pela velhinha colecção de selos, não é conhecimento da História do país que reclamo como meu.
Por estes dias tenho ouvido falar da História de Cabo Verde. Primeiro o Atelier “O Estado-Nação e os desafios da Integração Regional na África Ocidental: o caso de Cabo Verde”. Nome comprido para caraças mas um atelier interessante! É sempre interessante quando se discutem coisas que não percebemos porque se discutem.
Nunca duvidei que Cabo Verde está em África, geográfica e historicamente, nunca duvidei que uma parceria com a UE é fundamental para nós e para a UE. Não, não se trata de um dos meus delírios de arrogância e orgulho nacionalista, julgo que as relações de Cabo Verde com a União Europeia extravasam Portugal e podem representar uma mais valia para a UE – a importância da nossa posição no Atlântico pode ser conferida até com as aves migratórias hehehe. Poupando-vos aos pormenores de raciocínio julgo que o nosso interesse para a UE liga-se à posição geográfica e ao facto de sermos africanos (contrariamente aos gaijos das Canárias que são europeus e portanto menos interessantes hehehe). E o facto de sermos interessantes para a UE e potenciais parceiros da UE é uma mais valia que podemos utilizar onde? Que tal na África Ocidental, ou não?
Bem, voltando ao assunto, o atelier foi particularmente interessante e fez-se um belíssimo e inusitado enquadramento histórico, soube-me bem ouvir falar da nossa História, do nosso nascimento, com simplicidade e saber. Foi um cheirinho mas fiquei fã do orador, António Correia e Silva, há quem nasça para ser professor, ensina mesmo que a gente não queira aprender… e só para chatear alguns de vós, vocês sabem quem, ficou confirmadíssimo que somos (nós os cabo-verdianos e cabo-verdianas) gente muito especial!!!!
Logo de seguida o Colóquio, sim, uma das nossas idiossincrasias nacionais são os colóquios, os ateliers, os seminários, os workshops, os solilóquios e outras coisas parecidas e, sim trabalhamos nos intervalos e, não, não é uma maneira de conhecer gente porque com excepção dos peritos, experts e quejandos somos sempre os mesmos! Dizia eu, logo de seguida o “Colóquio Internacional Descentralização e Desconcentração Administrativas. Que modelos para um pequeno estado insular e arquipelágico como Cabo Verde” – caramba, nome compridinho este… Se não queriam que a malta fosse ao colóquio, anunciavam que não havia coffee break escusavam de lhe dar um nome destes! Mas onde anda a malta da publicidade? Em colóquios?
Os fuinhas (mas amorosos) do Vences e do Xico Zé, certamente que estão a questionar “descentralizar o quê, já se miraram bem! É preciso lupa para vos ver no mapa ó pequeno estado insular arquipelágico!???” OK, OK temos municípios com menos de 10000 pessoas, com tamanha falta de meios humanos e materiais que ficam-me algumas perplexidades sobre como seria possível um desempenho eficaz de tarefas públicas, mas uma descentralização não é coisa de prêt a porter mas sim coisa de alta costura e é tema que fica para um destes dias (até dava um certo tom sério ao blog, vir aqui escrevinhar sobre descentralização).
Interessante este colóquio, muito interessante, surpreendente nalguns aspectos. Não é só em Portugal que se assassinam conceitos por ignorância (falta de estudo), por interesse (partidário ou corporativo) ou por amor (cego ou incondicional a uma construção mental), aqui também se faz isso!
Mas tinha o Vital Moreira (tira o chapéu, faz vénia e reverência…), em hora e meia o sôtor professor disse o que havia a dizer e confirma-se que a escola de Coimbra é a melhor!
Bom, neste colóquio também se falou de História, com alguns medos e angústias mas falou-se da nossa História longínqua (muito) e da mais recente, centrada na temática administração do território e mais uma vez apreciei e prometi a mim mesma comprar os três volumes da História de Cabo Verde.
Estes cheirinhos provocaram-me sede, daquela que obriga a beber muito e não se sacia. Haja tempo e água disponível. Devia ser obrigatório um enquadramento histórico em cada um destes eventos, fazia-nos bem até para nos compreendermos...
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